(I)Moralidade nas Piadas

COMUNICADO
(I)Moralidade nas Piadas

A propósito da última piada postada neste blogue, que corresponde historicamente à piada imediatamente anterior a este post, venho por este meio fazer um comunicado acerca da moralidade e legitimidade nas piadas aqui colocadas.

Antes de mais, quero apenas salientar alguns pequenos aspectos. Nada do que aqui vou dizer se reveste de carácter filosófico inviolável nem tampouco constitui qualquer verdade absoluta. A orientação deste post simboliza apenas a minha posição ideológica nesta matéria, e como administrador principal deste website, é essa a posição seguida em matéria de postagem e de selecção de piadas.

Como vós sabeis, as piadas contidas neste blogue não são todas da minha autoria - a crescente adesão de visitantes trouxe consigo uma maior e salutar participação activa dos leitores no conteúdo do website. Por outro lado, as fontes das piadas são diversas e resultam do normal convívio social. A propósito disto vem a ideia, importante e primordial, de que não é meu prazer, nem meu apenas, de ter o intuito de lançar humor negro e escárnio para cima de toda a sociedade, sejam os visados merecedores de tal crítica ou não.

Com esta ideia em mente - a de que o humor negro é apenas uma categoria de piada neste blogue - tal categoria não pode servir de bode expiatório para todos aqueles que, anonima e recorrentemente, vêm cá lançar o seu pudor contra tais piadas. Surgiu nitidamente um ódio e uma divergência de visões bastante maiores nesta matéria aquando da postagem da última piada, claramente revestida de humor negro, sadismo e, admito, mau gosto.

Contudo, todos nós sabemos que os limites existem para serem explorados. Funciona assim para a arte, para a ciência e para a economia, bem como para toda e qualquer outra vertente marcadamente social. Chama-se experimentalismo. Não há entidade objectiva que defina os limites da comicidade nem do que é passível de ser incluído numa piada, visto serem essas ténues linhas difíceis de estabelecer.

Mas se tal não vos satisfaz, posso citar alguém que certamente será um ídolo de grande parte da população leitora do blogue (a julgar pela votação mensal que mostrou grande incidência nos jovens adolescentes): refiro-me a Ricardo Araújo Pereira, um dos Gatos Fedorentos. Ele próprio disse, e passo a citar: "A comédia não tem limites." Quer acreditem em tal afirmação, quer não o façam, aposto que NUNCA lhes passaram um atestado de incompetência pelo trabalho deles nem lhes cortaram as asas para cada sketch que eles fizeram, caso contrário estariam eles condenados à partida. E olhem que eles já falaram de aleijados, de parolos, de campónio, do jet-7, e inclusivamente, de mortos. Falaram de tudo aquilo que é gozável.

Basicamente, o que pretendo dizer é isto: não serei hipócrita se disser que a piada é de mau gosto, mas já o serei se afirmar que nunca na minha vida contei uma idêntica a amigos. Isto aplica-se a todos vós. E se vamos equilibrar as coisas e falar de doseamento de valores, não sei quem poderá objectivamente circunscrever os limites a partir dos quais a hipocrisia é mais reprovável do que a sátira. E já que falamos de limites, e já que concordamos que tais linhas condicionantes são subjectivas, então cabe-me fazer a pergunta: quem é o juíz parcial para estabelecer tal diferenciação?

Finalizo este meu ensaio com um último argumento, o mais forte de todos, mas o mais difícil de engolir para muita gente, daí a intenção propositada de o colocar como derradeiro: isto é Internet e vivemos numa democracia, logo não será ilusão se eu afirmar que gozamos de dupla liberdade de expressão. Eu e vós. Se vocês não me insultarem, compactuarei com as vossas opiniões; mas até ao momento em que eu insultar alguém, não têm vocês o direito de me limitarem a amplitude das temáticas que abordo.

Poderia usar um argumento ainda mais fácil e óbvio, mas tal era a simplicidade que muitos não se poderiam aperceber da real dimensão da explicação. E é tão simples como isto: gostam do blogue, vêm cá; não gostam, ninguém vos obriga a marcarem ponto. Se cá vêm, agradeço a "audiência" e a participação (e já deixei isso claro) mas se se sentem tão insultados com o humor negro, então têm 2 remédios: ou ignoram ou nem cá vêm. Desculpem-me a frieza, mas as coisas funcionam assim mesmo. As piadas de humor negro estão devidamente assinaladas: não têm razão alguma para se queixarem delas.

Assim me despeço. Os comentários para este post estarão abertos para qualquer opinião vossa e participarei numa eventual discussão.

Atenciosamente
Luís Oliveira

P.S.: Relembro que este tipo de comunicados estão linkados na margem direita do blog, para fácil e rápida visualização dos leitores.